quarta-feira, 7 de março de 2012

VIDAS SECAS GRACILIANO RAMOS


Vidas Secas, de Graciliano Ramos
Diferentes de tds as outras suas obras, Graciliano Ramos narrou Vidas Secas em 3ª Pessoa. Vidas Secas fica entre o romance e o conto. O mais importante desta obra não são os personagens e sim, o discurso indireto livre do narrador.As frases são quase monólogos em P.Simples sem adjetivação – quase um lamento, quase um grunhido numa lgem primitiva de sobrevivência. Com13 capítulos quase  independentes, mas recorrentes numa espiral de temas e sofrimentos , como a aridez da seca, a zoomorfização e antropomorfização das criaturas,  personagens  com pensamentos entrecortados pela ignorância ou pela dor .Retomam assuntos como  seu Tomás da bolandeira – tido como homem bem sucedido, a cama de varas  de sinhá Vitória, que ansiava por uma cama de tiras de couro, etc.
A ação do livro vai se interligando com a repetição de sofrimentos e humilhações.
A descrição das personagens  que tbém são independentes, uma a uma sem vínculo entre elas...mais uma vez o isolamento do ser humano e  sua solidão.
  Vidas Secas é, como se analisássemos as personagens que são incapazes de falarem por si mesmas.Mesmo em núcleos diferentes, por exemplo, sociais – não há comunicação entre o coronel e Fabiano. Há apenas a submissão , o medo. O tema gritante  desta  obra  é o desencontro dos seres. Com diálogos escassos, os sentimentos são traduzidos em palavrões, revolta, grunhidos. O homem parece ser mais seco do que a terra. O  narrador  utiliza o mesmo artifício , ele é direto, seco, primitivo em suas construções.Apesar de ser jornalista , competente e fluente na criação Graciliano deixou que as situações falassem por si e afastou-se da narrativa , a dura realidade falaria por ele...e pelo homem  sofrido do nordeste. 
1 - Mudança
O que faz um retirante? Foge qdo não há mais condições de sobrevivênca. O livro começa com a família (6 viventes) caminhando pelo chão quente com o sol a pino e as crianças chorando. Fabiano, dona Vitória, dois filhos, chamados apenas de   " menino mais novo" e "o menino mais velho" e  a cachorra Baleia .Falta um vivente?É o pobre papagaio que foi comido para que pudessem seguir viagem.
 Aqui fala-se da terra árida e do sofrimento de todos. Não há diálogo, só o caminhar e o arrastar de pés empoeirados; somente duas vezes o pai, bravo com o menino mais velho, xinga-o porque o menino senta no chão e não quer mais caminhar, a mãe pede ao pai que o leve nas costas. A falta de diálogos estende-se por todo o livro, as crianças não têm nome , para caracterizar a vida mesquinha e sem sentido em que vivem os retirantes, mesmo com tds dificuldades , Fabiano e Sinhá Vitória sonham com uma vida melhor: "Sinhá Vitória, queimando o assento no chão, as mãos cruzadas segurando os joelhos ossudos, pensava em acontecimentos antigos que não se relacionavam: festas de casamento, vaquejadas, novenas, tudo numa confusão.
 Fabiano também  sonha: "Sinhá Vitória vestiria uma saia larga de ramagens. A cara murcha de sinhá Vitória remoçaria, as nádegas bambas de sinhá Vitória engrossariam, a roupa encarnada de sinhá Vitória provocaria a inveja das outras caboclas ... e ele, Fabiano, seria o vaqueiro, para bem dizer seria o dono daquele mundo... Os meninos se espojariam na terra fofa do chiqueiro das cabras. Chocalhos tilintariam pelos arredores. A caatinga ficaria verde.
 2 - Fabiano

Homem-bicho, endurecido pela vida, mas ainda vive a se analisar .Demonstra uma consciência de que não sabe nem falar e mtas vezes diz a si mesmo que não passa de um bicho.
3 - Cadeia
O soldado amarelo aparece aqui simbolizando a força, a autoridade, o governo.É feita uma alusão de que a vidado retirante é didícil não só pela seca, mas tbém pelos problemas que tem que enfrentar pelo excesso de autoridade local. É a lei do mais forte. Fabiano foi preso por uma atitude banal/jogo num bar. Perde todo o dinheiro das compras e desiste de  sonhar . Fabiano mais à frente sente-se um homem fracassado , sem esperanças até para  seus filho

4 - Sinhá Vitória
Sinhá Vitória sonha com  uma cama de couro. É o seu assunto recorrente desta personagem.
 Bem articulada , com muito  tempo para pensar, pois Fabiano trabalha o dia todo e à noite dorme . Ele não tem coragem de sonhar...fica preso à dura realidade.
No capítulo Contas, ela é quem percebe que o Coronel está enganando o marido.
5 - O Menino Mais Novo
O sonho do  Menino mais novo é ser igual ao pai.. Neste capítulo: "Naquele momento Fabiano lhe causava grande admiração."E continua assim: "Evidentemente ele não era Fabiano. Mas se fosse? Precisava mostrar que podia ser Fabiano."
Depois: "E precisava crescer ficar tão grande como Fabiano, matar cabras à mão de pilão, trazer uma faca de ponta na cintura. Ia crescer espichar-se numa cama de varas, fumar cigarros de palha, calçar sapatos de couro cru."
Mais ao final do capítulo "Ao regressar, apear-se-ia num pulo e andaria no pátio assim, torto, de perneiras, gibão, guarda-peito e chapéu de couro com barbicocho. O menino mais velho e Baleia ficariam admirados."
6 - O Menino Mais Velho
"Tinha um vocabulário quase tão minguado coma o da papagaio que morrera no tempo da seca. Valia-se, pois, de exclamações e de gestos, e Baleia respondia com o rabo, com a língua, com movimentos fáceis de entender Todos o abandonavam, a cadelinha era o único vivente que lhe mostrava simpatia."
 Qto mais o tpo passa , mais os desejos e aspirações dos personagens vão diminuindo.Vão se conformando com a vida dura. O menino mais velho só queria ter um amigo. Mas  Baleia era sua cúmplice. "O menino continuava a abraçá-la. E Baleia encolhia-separa não magoá-lo, sofria a carícia excessiva."
7 - Inverno
 Numa noite de chuva intensa, com a casa quase caindo ,no fundo eles sabiam  que não adiantaria nada,  a seca voltaria a assombrá-los e perseguí-los  .
8 - Festa
A família está se preparando para ir à quermesse na cidade, é dia de Natal. Neste capítulo os personagens sentem-se humilhados ao verem as pessoas da cidade . Sentem-se ridículos todos com roupas feitas do mesmo tecido, Sinha Vitória que não sabe usar sapatos e anda como um papagaio , com os pés cheios de bolha. Então  Sinhá Vitória volta a sonhar: "Sinhá Vitória enxergava, através das barracas, a cama de seu Tomás da bolandeira. unia cama de verdade."
Mas Fabiano, já não sonha mais: "Fabiano roncava de papo para cima... Sonhava agoniado... Fabiano se agitava. soprando. Muitos soldados amarelos tinham aparecido, pisavam-lhe os pés com enormes retinas e ameaçavam-no com facões terríveis."
9 - Baleia

  É o capítulo mais chocante e triste já que o animal sofreu a antropomorfização e já é como se fosse um membro da família.  Estava doente. O pelo caíra , magérrima, em pele e ossos, o corpo coberto de feridas. Fabiano decidiu matá-la para aliviar os sofrimentos dela. Os filhos sofrendo com  a situação, magoados e feridos por perderem um “irmão”: "Ela era como uma pessoa da família: brincavam juntos os três, para bem dizer não se diferenciavam..." Escondem-se dentro de casa com a mãe e tampam os ouvidos.
Baleia se esquiva, enqto Fabiano a persegue com a arma em riste,às vezes ela olha para Fabiano como se pedisse misericórdia, a  família chorando e rezando por ela, Baleia espera a morte sonhando com outro tipo de vida: "Baleia queria dormir Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano. um Fabiano enorme. As crianças se esposariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás gordos, enormes."
Dentre os  seis componentes da família, Baleia e Sinhá Vitória são as únicas que conseguem sonhar  nos momentos mais difíceis.
10 - Contas
É outro capítulo melancólico. Se em Cadeia Fabiano conscientiza-se de que há no mundo homens que, por possuírem uma posição social diferente da dele, podem machucá-lo, se em Festa os familiares percebem sua situação inferior e desajeitada e sentem-se ridículos, agora chegam à conclusão de que pessoas com dinheiro também podem aproveitar-se deles. São duas as reações de Fabiano ao notar-se roubado pelo patrão: primeiro revolta, depois descrença e resignação. Vale a pena ressaltar nesse capítulo que é sinhá Vitória quem percebe que as contas do patrão estão erradas. Ela é caracterizada como a mais sagaz  e perspicaz dos seis viventes da família.
11 - O Soldado Amarelo
Apesar do Soldado Amarelo ser bem mais fraco do que  Fabiano, é também  uma pessoa corrupta e Fabiano é honesto. Mas o ingênuo e simples Fabiano morre de medo do Soldado pois ele representa a autoridade , o governo. O Soldado Amarelo, ficando as duas personagens, lado a lado, sem mais ninguém por perto e Fabiano, podendo revidar a injustiça anteriormente sofrida, resolve deixá-lo em paz. Fabiano percebe na organização do Estado a organização que  o humilha; o representante dessa entidade, às vezes, e até frágil, mas a estrutura condiciona o sertanejo  ao medo  de reagir.
 12 - O Mundo Coberto de Penas
A seca ameaça voltar, Fabiano faz uma retomada  de todas as desgraças que têm acontecido em sua vida. Já não sonha há mto tpo. Vai fugir de novo, da seca, dos problemas, do remorso por ter matado Baleia.
13 - Fuga
Fabiano  continua analisando a sua vida. O casal junto, pela primeira vez, consegue pensar sobre o mesmo assunto ao mesmo tpo.Sinhá Vitória é mais otimista e tenta passar pouco de paz e esperança, mas dura pouco. E assim  num misto de sonhos, desilusões e sofrimentos  Graciliano Ramos encerra com  uma visão amarga da vida dos retirantes
Conclusões
Vidas Secas começa por uma mudança e acaba com outra. Isto é cíclico .Parece que  Fabiano e sua família fogem da seca: "Entrava dia e saía dia. As noites cobriam a terra de chofre. A tampa anilada baixava, escurecia, quebrada apenas pelas vermelhidões do poente. Miudinhos, perdidos no deserto queimado, os fugitivos agarraram-se, somaram-se as suas desgraças e os seus pavores."
No  último capítulo, Fuga, descreve uma cena parecida com a mudança: "A vida na fazenda se tornara difícil. Sinhá Vitória benzia-se tremendo, manejava o rosário, mexia os beiços franzidos rezando rezas desesperadas. Encolhido no banto do copiar Fabiano espiava a caatinga amarela, onde as folhas secas se pulverizavam, torturadas pelos redemoinhos, e os garranchos se torciam, negros, torrados. No céu azul as últimas arribações tinham desaparecido. Pouco a pouco os bichos se finavam, devorados pelo carrapato. E Fabiano resistia, pedindo a Deus um milagre. Mas quando a fazenda se despovoou. viu que tudo estava perdido, combinou a viagem com a mulher; matou o bezerro morrinhento que possuíam, salgou a carne, largou-se com a família, sem se despedir do amo. Não poderia nunca liquidar aquela dívida exagerada. Só lhe restava jogar-se ao inundo, como negro fugido.
O  romance foi criado por  duas situações idênticas, de tal modo que o início, encontra o fim e já não se sabe onde td começa ou acaba,, fecha a ação num círculo interminável.
Em função da  seca e das águas, o sertanejo sobrevive, do berço à sepultura, infinitamente.
O motivo dessa fuga não é apenas a seca.? No romance  há  dois mundos: o mundo de Fabiano e o mundo da sociedade. O primeiro, composto por Fabiano, sinhá Vitória, o menino mais velho, o menino mais novo, Baleia e o papagaio. O segundo, seu Tomás da bolandeira, o patrão de Fabiano e o soldado amarelo. Todos os personagens do primeiro grupo e do segundo têm de viver na mesma região, vítimas da mesma seca. Por que o Coronel , que é rico, não foge dessa vida? Porque ele tem as terras e o dinheiro, porque ele emprega os trabalhadores e faz suas próprias leis,  usando-os como escravos sem dignidade.  .
Caracterizado como dono e opressor, o patrão não tem necessidade de fugir da seca.  Seu Tomás é culto e tbém está distante da realidade dos retirantes.
Entre os dois mundos que acabamos de descrever “não há um sistema de trocas, senão um mecanismo de opressão e bloqueio”. O que parece ser importante para Graciliano Ramos é denunciar a desigualdade entre os homens, a opressão social, a injustiça. São esses os temas de Vidas Secas, por isso foi dito no início desta análise que o livro não deve ser considerado apenas regionalista. Em momento algum o esmagamento de Fabiano e de sua família é explicado apenas pela seca ou por qualquer fator geográfico.
á foi feita uma referência anteriormente sobre a consciência de Fabiano quanto à sua condição animalizada na sociedade a que pertence. Affonso Romano de Sant’Ana faz uma aproximação de Fabiano à Baleia, e de sinhá Vitória ao papagaio. Segundo ele, o pensamento de Fabiano, no capítulo que recebe seu nome, passa por três etapas:
"Primeiramente, ele se considera positivamente dizendo: Fabiano, você é um homem’. Depois se estuda com menos otimismo, e considerando mais realisticamente sua situação se corrige ‘— Você é um bicho, Fabiano - Ou seja: um individuo que não sendo exatamente um homem, pelo menos sabia se. safar dos problemas. No entanto. poucas frases adiante, nova alteração se dá em suas considerações. E de homem que se aceitara apenas como um bicho esperto, ele se coloca como um animal: “o corpo do vaqueiro derreava-se, as pernas faziam dois arcos, os braços moviam-se desengonçados. Parecia um macaco. Entristeceu.
Decaindo do ponto mais elevado da escala, passando a indivíduo apenas esperto e depois a um semelhante do animal, Fabiano termina por se aproximar de Baleia, a quem, em contraposição, em seu diálogo-a-um ele considera: “— Você é bicho, Baleia ‘, Nesta frase estaria integrado o sentido duplo do termo “bicho ‘. aplicado a Baleia: animal / esperteza, positivo / negativo. Uma análise mais interessada nestes levantamentos poderia perfilar dentro do livro todos os processos sistemáticos de zoomorfização dos animais, destacando principalmente os verbos e adjetivos conferidos a um e outro elemento numa mesma simbiose metafórica.
A identificação entre sinhá Vitória e o papagaio acentua-se sobretudo no capítulo Sinhá Vitória, quando ela tenta perceber o sentido da comparação que seu marido fizera do seu modo de caminhar com o do papagaio: "Ressentido, Fabiano condenara os sapatos de verniz que ela usara nas festas, caros e inúteis. Calçada naquilo, trôpega, mexia-se como papagaio, era ridícula."
A imagem dos pés de Vitória vai se mixegenando à imagem do papagaio, até que estilisticamente a superposição se destaca em frases como essas: Olhou os pés novamente. Pobre do louro. Aí o adjetivo pobre já não se refere exclusivamente ao papagaio que foi morto para saciar a fome da família, mas  a própria Sinhá Vitória é descrita como tão “infeliz” como aquele “pobre louro “.
 Já no  capítulo, GR usa o recurso de espiral e retoma a imagem da ave,desta vez , refere-se à galinha, especialmente a “galinha pedrês", que foi devorada pela raposa.

TIL DE JOSÉ DE ALENCAR


TIL José Alencar
Berta, Inhá ou Til é a protagonista do livro, filha bastarda/não reconhecida  do fazendeiro Luis Galvão com uma Besita, moça pobre que foi morta por vingança foi criada por nhá Tudinha
Berta é uma adolescente muito bonita, delicada,  espontânea , é querida por tds , é bondosa e não se repele nem mesmo as pessoas mais desprezadas do local (como Jão Fera, o louco Brás, e Zana).  Miguel é que a chama de INHÁ, e  Brás a chama de TIL  nome que ela mesma se deu TIL, durante uma aula juntos, já antecipando ao leitor que escolha fará ao longo do romance  romance.
 Miguel é irmão adotivo de Berta, , o rapaz que  mostra –se desde o início apaixonado por Inhá , ele é filho de nhá Tudinha. Ela não percebe que o ama e faz de tudo para aproximá-lo da sua  amiga Linda, que está interessada em  Miguel. Mas Miguel era pobre e não poderia casar-se com Linda, mas por ela acaba estudando bastante e   pretende ascender socialmente para poder ficar com a Linda (o carinho que “descobre” sentir por Linda foi pintado por Berta que colocou seu encanto na faces serenas da amiga).
Luis Galvão ,dono da Fazenda Palmas, alegre e jovem era um homem de muitas aventuras amorosas e enrascadas em sua adolescência –e numa dessas escorregadelas “desonrou” Besita recém- casada com Ribeiro que depois aparece mais à frente como Barroso .Besita  ficou grávida de Berta –e Luis Galvão era sempre protegido por Jão Fera (“espécie de capanga”) .
 Linda é filha de Luis Galvão e D. Ermelinda, menina com educação sofisticada, mas que através do irmão Afonso fez amizade com os simples Berta e Miguel.
 Afonso,  é irmão de Linda, tem o mesmo jeito alegre e conquistador do pai Luis, e se apaixona por Berta (não sabem que são irmãos ).
Jão Fera ou Bugre – homem maligno, de feições ameaçadoras e fama de matador porque a vida o fez assim com  mtas  desilusões e sofrimentos. Era apaixonado por Besita, mas   a tinha como “santa” e desejava-lhe só a  felicidade porque sabia que ela não a faria feliz e não seria correspondido.
Quando Luis Galvao recusou -se a casar com ela, ele desfez a “amizade” que os unia, porque sempre protegera Besita de tudo, mas ela foi assassinada e então ele começou  a cuidar de Berta , prometendo vingança a sua amada.(falecida)
 Brás  era  sobrinho de Luis Galvão, tinha   ataques epiléticos , sendo tbém retardado mental. Na Casa Grande  era desprezado. Ele  se apaixonou por Berta que o tratava bem e o ensinava o abecedário e rezas. Numa das lições ele se encantara pelo acento til e so’ conseguia memorizá-lo, assim  Berta teve uma idéia, chamar-se-ia Til e a partir dali ensinou-lhe as letras fazendo associações às coisas ou pessoas que o pobre(idiota)conhecia. Zana – escrava que trabalhava para Besita e sabia toda a historia de Berta e do assassinato de sua mãe e devido a isso enlouquecera e todos os dias repetia as mesmas coisas que fizera  no dia da morte de Besita (reproduzindo os fatos daquele fatídico dia).
 Barroso ou Ribeiro – apesar de casar-se  com Besita,  ela a abandonou  na noite da lua de mel   resolver negócios relacionados a uma herança que recebera em Itu.
Partiu para a Europa  e ficou anos afastado e  quando voltou ,viu sua esposa com um bebê, planejou sua vingança (que era o assassinato  de Luis, Berta e sua filha), matou a esposa, mas foi impedido de matar o bebê por Jão Fera.
 D. Ermelinda era esposa de Luis Galvão, elegante e educada demais, mas não era bonita  Quando soube do passado do seu marido decepcionou-se, mas ele confessa (no fim do romance) e assim ela o incentiva  a reconhecer Berta como filha.(no testamento, inclusive)
É mais um dos  Romances Regionalistas de Jose de Alencar da sua época (Romantismo)
 Fala sobre  a vida do Caipira do interior de São Paulo , no séc. XIX, usa em sua prosa romântica vocabulários e costumes da região,  as diferenças sociais da época (escravos, capangas, pobres e ricos donos de terras).
 O Romance se passa  em Campinas, no interior de SP, onde há uma discriminação maior entre aspectos sociais, com a marginalização de  personagens pobres como Miguel (que para casar-se com Linda teve de ir estudar na capital).
ILUSTRA COMO ERAM OS RELACIONAMENTOS DA ÉPOCA, COMO SE FAZIA A CORTE A UMA MOÇA,  e festas juninas como a de São João.
 Foca com detalhes o ambiente dos escravos e senzala , os conflitos , a rivalidade entre duas negras, além da marginalização consciente dos escravos como Faustino e Monjolo, que planejaram a morte de Galvão.
 O clima  do Romance é o mesmo de tds os outros deste séc: do Folhetim com capítulos curtos e terminam num momento de clímax.
 A temática do suspense e do soturno(tristonho) são marcas registrados da obra, que é plena de aventuras, momentos de tensão.Ex:Berta corre perigo fugindo de porcos selvagens furiosos.
 Berta é sempre comparada a Flor,durante o livro td, no primeiro capítulo  aparece uma imagem de flor bela, mas imatura; já no fim do livro (no poente do sol) a imagem da flor retorna passando uma idéia de  “Flor Interior” caridosa e dedicada. O autor criou uma imagem nítida de desabrochar/amadurecer, nos excertos abaixo:
[ Manhã: "Eram dois, ele e ela, ambos na flor da beleza e mocidade" e no Poente: "Era a flor da caridade, alma soror" ]
 Berta continua morando com nhá Tudinha.Desiste de si  para que todos vivam felizes em paz, colabora para  que Miguel e Linda fiquem juntos, e aceita a viver apenas  para cuidar dos que menos afortunados como Zana, Brás, Jão Fera (a quem ela considera como o seu verdadeiro Pai), a galinha sem pernas.
[“Como as flores que nascem nos despenhadeiros e algares, onde não penetram os esplendores da natureza, a alma de Berta fora criada para perfumar os abismos da miséria, que se cavam nas almas, subvertidas pela desgraça.”]

domingo, 4 de março de 2012

O Sentimento do Mundo - Carlos Drummond de Andrade





Tenho apenas duas mãos
e o sentimento do mundo,
mas estou cheio escravos,
minhas lembranças escorrem
e o corpo transige
na confluência do amor.
Quando me levantar, o céu
estará morto e saqueado,
eu mesmo estarei morto,
morto meu desejo, morto
o pântano sem acordes.
Os camaradas não disseram
que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento.
Sinto-me disperso,
anterior a fronteiras,
humildemente vos peço
que me perdoeis.
Quando os corpos passarem,
eu ficarei sozinho
desfiando a recordação
do sineiro, da viúva e do microcopista
que habitavam a barraca
e não foram encontrados
ao amanhecer
esse amanhecer
mais noite que a  noite.


Os poemas encontrados em o  Sentimento do mundo foram escritos  entre 1935 e 1940. Totalizando 28  poemas.

 O poema: Sentimento do mundo  é o primeiro poema demonstrar a paisagem do mundo sob pto de vista do poeta .Uma poesia decorada com a frieza da realidade que nos paralisa. Embora seja da índole do ser humano sonhar , a realidade inesperadamente quase sempre nos arrebata e desanima. A  primeira estrofe começa com uma descrição de  sua capacidade  para compreender o mundo: "Tenho apenas duas mãos"; mas enumera, em seguida, alguns outros sentidos  que  poderão ajudá-lo a superar suas deficiências de visão: escravos, lembranças e o mistério do amor (versos 3 a 5); os escravos podem ser considerados  como desculpas  das quais nos utilizamos para seguir vivendo  e entendendo-a melhor para que possamos usufruí-la. Já na estrofe 2 com a morte do céu,o pessimismo se instala definitivamente. Ainda que pudesse contar com a ajuda de companheiros ("Camaradas"), o poeta não consegue interpretar e traduzr  os códigos existenciais e desculpa-se por isso. Drummond, ao chegar no fim do poema retrata um pessimismo profundo nas duas últimas estrofes, ainda que  chocante realidade de  corpos, lembranças, diferentes pessoas que desapareceram nas batalhas da vida chegando a usar a palara guerra na terceira estrofe. Já no desfecho, o poeta chega à conclusão de que o futuro/amanhecer será  sombrio, desesperançoso.  Com apenas dois versos , o poeta habilidoso consegue resumir o sentimento do mundo. Todos os outros  27 poemas são derivações, análises de sua visão inicial  pessimista da vida.
No  poema Confidência do Itabirano  o autor torna-se saudosista relembrando sua cidade natal contendo apenas  quatro estrofes, o poeta foi de um esmero sem igual. Revela que aprendeu a sofrer em Itabira; todavia, "A vontade de amor (...) vem de Itabira"; vale dizer que o amor é um lado da moeda enquanto que do outro há o sofrimento. O motivo pelo qual Drummond anda sempre de "cabeça baixa" é a saudade de Itabira. Mesmo com todo o negativismo, o poeta ainda assim sente uma saudade imensa Itabiral
No poema O operário do mar ,O autor abandona a lgem poética e passa a utilizar uma linguagem realista.Criando uma crônica surrealista nos anos trinta, quarenta . Deixando-nos a certeza de duas constatações a de que o sentimento socialista de Drummond que  seria exteriorizado  cinco anos após em o  Sentimento do mundo, na publicação de a Rosa do povo, em 1945; e o da visão-de-mundo dos sonhos e sentidos  (simbolista/modernista) e extremamente poética de um operário que como São Pedro, anda sobre águas por graça de Deus, mas os burgueses não aceitam que eles mesmos não podem realizar tal ato. Drummond faz de novo, a dicotomia se por um lado os humildes podem ter acesso à  magia divina, os prepotentes , por outro lado só podem sentir  a inveja. Esta crônica poética   permite que se compare a "apreensão do mistério da palavra" nos poemas explícitos de Drummond diante desta prosa poética; por exemplo: "minhas lembranças escorrem" (Sentimento do mundo, estrofe 1, verso 4) e "feixes escorrem" (das mãos do operário, em O operário no mar, linha 26)- sempre comparando o denotativo e o conotativo. As lembranças são incontroláveis  e escorregadias é bem mais tocante do que peixes escorrerem imaginariamente das mãos do operário.
No poema: Privilégio do mar Drummond detem-se  no problema social das diferenças humanas.
No poema: Inocentes do Leblon O poeta procura  enfocar  a visão social, Drummond  toca no assunto da riqueza: "inocentes" significa os que querem ignorar; por isto fingem e se aproveitam.
No poema: La possession du monde , o poeta fala sobre  o membro da Academia Francesa de Letras- Georges Duhamel, pedindo uma fruta estragada; como se isso fosse, como diz o título do poema, ter o mundo nas mãos.
No poema: Ode ,no cinqüentenário do poeta brasileiro ,O belo elogio do poema é a palavra drummondiana a Manuel Bandeira, nascido em 1886 e que, em 1936, completava 50 anos de vida. Drummond pede que "seu canto confidencial (a poesia de Bandeira, que semprefoi tímido e doente/tuberculoso) ecoe acima dos vinúteis disfarces do homem"! E para concluir esta rápida e superficial  visão do livro Sentimento do mundo, encerrarei com as palavras do autor  do último poema, Noturno à janela do apartamento:
 " A vida na escuridão absoluta, como líquido, circunda."

sábado, 3 de março de 2012

LISTA DE LIVROS FUVEST 2017



Iracema – José de Alencar;
Sagarana - João Guimarães Rosa;
·Memórias póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis;
·O cortiço – Aluísio Azevedo;
·A cidade e as serras – Eça de Queirós;
·Vidas secas – Graciliano Ramos;
·Capitães da areia – Jorge Amado;
Claro Enigma – Carlos Drummond de Andrade.
Mayombe - Pepetela


Todo ano é a mesma ladainha. A lista da Fuvest. Todos os alunos de terceiro ano ou de cursinhos, além de se preocupar com as mudanças de regras ortogáficas na Língua Portuguesa, ainda têm de assimilar o conteúso de D E Z livros.
Que para a FUVEST 2017 SERÃO:



             Claro que o aluno que desenvolveu o hábito da leitura ao longo dos anos ou que frequentou uma escola consciente que utilizou esses livros ao longo de três anos, estará em vantagem. Pronto, desesperados, os outros ou leem rapidamente ou buscam resumos na internet. Claro que os resumos estão cada vez melhores, mas nada como uma leitura pausada e refletida para se analisar melhor se D.Casmurro foi mesmo traído por Capitu. Mais uma vez, o tempo atropela as pessoas e o seu desenvolvimento. A prova é amanhã, tem exercícios dissertativos e de alternativas...não há tempo para ler.
            Os professores esmeram-se nas dicas, nas possibilidades de adivinhação do que poderão perguntar, tenta responder a perguntas que nem foram feitas.
            Os alunos decoram nomes de locais e personagens e enredos e desfechos e autores e gêneros literários....Ufa!!
            Passou. O aluno passou!
            Nunca mas lerá um romance na vida...
Profª e Psicanalista Marlene Fulgeri

A Morte - Pedro Bial



Senti como se fosse um bálsamo quando li o artigo de Pedro Bial sobre a morte de Bussunda.
É incrível como todos sentimos uma dormência ao saber da morte de um conhecido, desconhecido, amigo ou ente querido.
   A morte nos pega sempre a caminho de algo, a acabar de fazer algo ...nos obriga a parar, nos obriga a refletir sobre um fato que não queremos encarar, ver ou sentir: a impotência do homem mediante uma verdade crua que se impõe materialmente e requer medidas práticas, urgentes e legais.No que se refere tanto à prática qaunto à urgência, nós, de uma  voraz sociedade capitalista, estamos até habituados. O imediatismo de resultados na empresa, na vida, na família...mas vem a morte e diz:-Ei, espere um pouco. Há quanto tempo você não o via ou visitava? E aquele ali que você nem conhece, está vendo?Ele era mais novo do que você!
 
A vida te sacode para que você dê a ela o seu devido valor.
  Depois de todas as cerimônias ou até mesmo da papelada, você retorna a sua vida. Pouco a pouco, o torpor vai passando, você volta a calcar firme seu passo em direção ao trabalho, ao mercado, ao clube, ao cinema ...quando percebe, já está correndo, sem pensar mais na fatalidade que a morte impõe a todos aqueles que vivem...
  O tempo escoa rapidamente no ir e vir das atividades diárias e logo, outra notíca, outro torpor, outro medo....mas sabe de uma coisa? Você vai esquecer vida e morte. Apaga a luz e vai dormir cedo para trabalhar no dia seguinte...


A Porta ao Lado - Dráuzio Varela

Em seu artigo, A porta ao lado, Dr Drauzio tenta explicar como poderíamos evitar muitos de nossos dissabores e desafetos, independentemente de morarmos numa cidade grande ou pequena. O mal-humor segue uma pessoa como se fosse aquela nuvenzinha negra dos cartoons.
    O título sugestivo nos leva a pensar que seria simplesmente uma convivência melhor com nossos vizinhos e não tão somente um aceno e às vezes nem isso, um grunhido apenas. Pensei sinceramente que fosse um conselho para nos relacionarmos melhor com nossos vizinhos - A Porta ao lado, mas não, era para que nos relacionássemos melhor com nós mesmos.
    O doutor ,que mais parece de almas do que de corpos, fez a comparação com dois carros alinhados tão próximos que seria impossível abrir-se a porta do motorista. Pronto, este já teria seu dia estragado, blasfemando e querendo brigar com o mundo, quando a solução tão simples seria apenas, entrar pela porta ao lado. Desconfortável? Sim, extremamente, mas daria para ser resolvido sem que você se alterasse tanto, se irritasse tanto, chegasse em casa de cara tão feia e descontasse em quem não tem nada com isso.
    Utilize A Porta ao Lado e resolverá o problema em menos tempo do que se ficasse esbravejando e maldizendo a pessoa que inadvertidamente parou assim tão próximo.
laro que isso é apenas uma metáfora da vida real. Use A Porta ao Lado seria tenha jogo de cintura, tente resolver de outra maneira quem sabe você ne observou que havia outra porta? 
Profªe Psicanalista Marlene Fulgeri 

Iracema,a virgem dos lábios de mel- José de Alencara

PARTE I

          Escrito em 1865, Iracema  de José de Alencar, é um romance indianista muito bem estruturado que nos traz cenas épicas, contando as vitórias de Martim desde o inicio da narrativa, enaltecendo as vitórias do povo português.Com a busca do herói perfeito pelo Romantismo, na literatura brasileira foi eleito o índio, como representante de herói nacional, decorado pela natureza majestosa do norte do país.
        O foco narrativo é em terceira pessoa, narrador-observador.
        Diferente de outras obras do autor todo o enredo gira em torno da relação entre a índia e o português, apimentada pelo ciúme de Irapuã, guerreiro Tabajara apaixonado por Iracema,       O autor cita,como espaço, o nordeste brasileiro. Ceará por volta do século XVII.
        A virgem é comparada à natureza, os lábios mais doces do que o mel da Jati, os cabelos negros como a graúna...Iracema fica contra a tribo , sua família, para permanecer com Martim e assim personifica a mulher idealizada do Romantismo, anjo da guarda de Martim ante as adversidades da floresta.
       A virgem que guardava o segredo da Jurema ( poção mágica dos índios Tabajaras), entrega-se de corpo e alma ao colonizador Martim ( numa alusão a Marte - deus da guerra), chamado pelos Pitiguaras,de Coatibo/guereiro pintado  refere-se provavelmente a  Martim Soares Moreno ,colonizador português ,citado em vários livros de História do Brasil, também fazendo uma metáfora do processo de colonização entre raças indígenas e o branco/europeu.No decorrer do enredo,  é citado o guerreiro Poti, da tribo dos Pitiguaras ou Potiguaras, melhor amigo de Martim, que na vida real, foi um grande aliado dos portugueses, quando estes ali chegaram.Poti, na vida real, recebeu o nome de Felipe( em homenagem ao rei de Portugal) e Camarão, que é o significado de Poti.

 O enredo desenvolve-se na sequência presumida: a índia ataca o invasor, arrepende-se, apaixona-se pelo branco, rompe o compromisso com a tribo como virgem guardadora da poção, seduz o colonizador e é seduzida, foge com ele, gerando guerras.  Grávida, é abandonada por ele durante uma destas contendas, e seu filho,recebe o nome de Moacyr, filho da dor.Aqui, Iracema lembra as cantigas trovadorescas, especificamente as cantigas de amigo, onde a donzela aguarda que seu amigo (amor) retorneMoacyr foi filho da dor pelo parto, pela colonização, pelo aleitamento ( leite com sangue). Como o recém-nascido não tivesse força para sugar, o leite de Iracema estava acabando, ela colocou então um cãozinho do mato para sugar e este machucou-a.     .      
                                                                 Personagens

Iracema –  filha de Araquém, velho pajé da tribo dos Tabajaras,. Ela guarda o segredo da Jurema
Martim Soares Moreno – guerreiro português,loiro de olhos claros
Poti – amigo de Martim.
Irapuã - guerreiro dos tabajaras; apaixonado por Iracema.
Caubi – índio tabajara, irmão de Iracema, senhor dos caminhos. Visitava-a no exílio. (no litoral)
Moacir - Filho  da dor (de iracema e Martim)

TIL - JOSÉ DE ALENCAR


TIL

Berta, jovem pequena, esbelta, ligeira, levada,com  olhos negros gdes e uma boca delicada, passseava pela fazenda.Miguel  era, alto, ágil, encorpado encontraram o Jão Fera, um homem muito alto e forte com fama de bandido. Depois de uma discussão entre Jão Fera e Miguel , Berta pediu que ele fosse embora.
Os dois amigos foram se encontrar com Linda e Afonso,que eram irmãos gêmeos de cabelos castanhos e olhos pardos, filhos de Luís Galvão ,um homem bonito, de aspecto inteligente e regular mediana, e de D. Ermelinda ,que tinha 38 anos. Linda ama Miguel. Berta e Miguel se amam. Porém para não magoar a amiga Linda, Berta fez de tudo para que Miguel amasse Linda. E conseguiu.
Os jovens souberam  que Luís Galvão faria uma viagem a Campinas e a mãe deles estava com mau pressentimento. Berta ficou preocupada, pois achava que Jão Fera estava armando algo e foi para a  floresta para evitar a emboscada. Qdo chegou lá , conversou com um homem e conseguiu evitar o assassinato.Barroso ,homem de cinqüenta anos, uma barba ruiva e áspera, de mediana estatura e muito magro, havia sido contratado para o “serviço” .Jão fica em débito com Barroso e precisa de cinqüenta mil réis para saldar a divida. Berta era mto querida por tds porque era alegre e de bom coração. Frequentemente ia à casa de  Zana, uma sra com problemas mentais.Brás de 15 anos era feio, e desajeitado. Tinha um ar de bobo, um olhar distante, com expressão tola e fria .Ele também tinha problemas mentais, como gostava de Berta ,ficou com ciúme e  tenta matar Zana, foi repreendido por Berta e se arrependeu. Brás era filho de uma irmã de Luis Galvão, que falecera viúva, e por esse motivo, ele vivia com seu tio. Ele chamava Berta de Til(apelido), porque quando ela lhe ensinou o abc ele achou o til do alfabeto “engraçadinho”, assim  associou- a Berta , pois a queria muito bem.
Aguiar, do Limoeiro, teve um de seus filhos  morto e  ofereceu uma recompensa a quem matasse o assassino -Jão Fera. Chico corre e avisa Jão que pede a Chico que fosse até o filho de Aguiar do limoeiro e pedisse cinqüenta mil reis em troca Jão Fera e este iria ao seu encontro.
Barroso e sua turma planejavam por fogo na casa de Luis Galvão para matá-lo e depois qdo apagasse o incêndio, Barroso pretendia oferecer seus serviços à viúva e conquistá-la. Deste modo vingar-se-ia da traição do passado, ficaria com a esposa daquele que manchara a honra de sua esposa Besita.
Ribeiro trocara seu nome para Barroso, tinha agora uma irrupção no rosto, Jão e Ribeiro tinham-se visto poucas vezes na época de Besita, por isso não se reconheceram quando se encontraram.
Na noite São João, Gonçalo, o pajem Faustino e Monjolo, trancaram a senzala e puseram fogo no canavial, Luis tentou apagar o fogo e foi agredido pelas costas por Gonçalo, Jão o salvou e matou os três bandidos. Barroso fugiu.
De acordo com o combinado, Jão se entregou ao filho de Aguiar, dis-se que iria pra onde ele quisesse seninguém  tocasse nele, porque se isso acontecesse estava inutilizado o acordo e ele ficaria livrede novo. Os empregados tentaramm amarrá-lo, ele bateu em todos e foi embora.
Barroso que soube da prisão, voltou para  matar Berta, Jão que estava solto de novo conseguiu pegá-lo e o matou violentamente. “Quem o visse dilacerando a vítima com as mãos transformadas em garras, pensaria que a fera de vulto humano ia devorar a presa e já palpitava com o prazer de trincar as carnes vivas do inimigo.”
Brás que a tudo  assistira e como não gostasse dele, levou Berta para visse a cena. Ela fugiu apavorada. Ele tentou explicar os fatos, ela deu-lhe um tapa no rosto.Vendo que ela agora lsentia asco por ele, Jão se entregou a polícia.
Luís decidiu contar tudo para a esposa, ela chorou  e decidiu que ele deveria reconhecer Berta como filha. Revelam tudo a Berta, sem falar sobre os detalhes sórdidos, mas Berta percebeu  que estavam omitindo algo.
Jão fogiu da prisão e procurou por Berta, ela o fez prometer que nunca mais mataria ninguém. Ele falou de Besita ,sua mãe e ela lhe implorou que ele contasse tudo. Ele contou.
Besita era a moça mais bonita da cidade, morava com seu pai Guedes. Mas ,Luís Galvão e Jão Fera, amigos, apaixonaram-se por ela. Jão pensando que ela nunca o amaria desistiu desse amor por Luís, mas Luís só queria se  divertir, não pretendia se casar. Ela conheceu Ribeiro e aceitou casar-se com ele, mas Jão ficou bravo e se afastou de Luís. Besita casou-se com Ribeiro que desapareceu logo depois do casamento, depois que recebeu um bilhete chamando-o com urgência a Itu. Alguns meses depois Besita foi avisada por Zana que seu marido chegara, era noite, e no escuro ela se entrega as caricias do marido, depois descobre que não era ele e sim Luís Galvão. Jão planejou matá-lo por isso mas ela o impediu. Alguns meses depois, Luís casou-se com D. Ermelinda e nasceu Berta ,filha de Besita. Elas viviam isoladas, moracamm com elas, Zana que amamentou o bebê e Jão Fera, que cuidava delas como um cão fiel.
Um dia Besita pediu a Jão que fosse a Itu comprar algumas coisas para o bebê. Na ausência de Jão, chegou o  Ribeiro, que a acusou de traição e a estrangulou, Jão chegou e conseguiu salvar Berta, Ribeiro fugiu.
Nhá Tudinha, mãe de Miguel, ouviu choro vindo da casa de Besita e foi ate lá, Jão contou o fato e ela adotou Berta como sua filha. Zana enlouqueceu e continuou morando na casa de Besita e tendo alucinações com a morte dela. Jão tornou-se bandido e matador, tentava abrandar a violenta sede de vingança que tinha.
Ela o abraçou e disse que ele cuidou dela e que é seu pai. Jão passou a trabalhar na terra.
Luís quer que Berta vá morar com ele e sua família, ela se negou e pediu que levasse Miguel que amava Linda. Miguel tentou convencê-la a ir junto, mas ela recusou. “Não, Miguel. Lá todos são felizes! Meu lugar é aqui, onde todos sofrem.” Eles foram para São Paulo. Berta ficou.
“Como as flores que nascem nos despenhadeiros e algares, onde não penetram os esplendores da natureza, a alma de Berta fora criada para perfumar os abismos da miséria, que se cavam nas almas, subvertidas pela desgraça.”