segunda-feira, 28 de outubro de 2019


A narrativa de Angústia  é diferente num primeiro olhar: é um romance de difícil compreensão, já que há o discurso indireto livre muito presente , fluxo de consciência em boa parte da história, além das diversas temáticas existentes na trama, aborda o existencialismo e simbologias, e ao mesmo tempo,  utiliza uma linguagem em flashes cinematográficos
O romance é narrado em primeira pessoa, narrador-personagem, apresenta personagens num intenso conflito, é um romance que aborda o existencialismo, em tom intimista. Em cada um deles, o narrador mostra-se e  faz confissões de culpas dramáticas.
Luís da Silva, protagonista do romance, veio do interior (mundo rural) para a capital. Ele é um anônimo qualquer na cidade. Em sua vida provinciana, escreve para o jornal o que lhe pedem, atendendo a encomendas, de forma submissa, sem refutar. Ele se considera um fracassado: vive mediocremente, com sua vida profissional estagnada, sendo apenas um funcionário público, nem em sua vida afetiva, mantendo um noivado prolongado pela falta de condições para a efetivação do casamento. Marina, a noiva, torna-se amante de outro homem, do qual engravida.
Num mundo capitalista, sempre devendo, aluguéis atrasados e fazendo empréstimos para agradar a noiva, Marina. Ele a pede em casamento, mas ela o deixa por outro mais bem-sucedido, Julião Tavares. Filho de comerciantes, bem-sucedido, audacioso e competente na arte em ganhar dinheiro. Julião Tavares possui muito dinheiro para comprar Marina com tudo aquilo que ela deseja: joias, roupas, passeios ao cinema e ao teatro.
Luís da Silva não suporta sua rotina desmotivada e sem novidades. Passa a conviver com um ciúme desmedido que, cada vez mais, leva-o ao crime. Assim ,sentindo toda essa  angústia, ele deve  sobreviver em uma sociedade da qual se sente excluído.
Luís persegue a vida de Marina, seguindo-a feito uma sombra, principalmente depois que Julião Tavares a abandona grávida. O ódio a Julião cresce de forma avassaladora, ele cultiva a ideia de que somente a morte iria dar fim aquele sofrimento: especificamente, a morte de Julião Tavares, que representa tudo aquilo que ele não podia ser, e com isso, surgindo como uma grande ameaça. Oprimido pelos acontecimentos, Luís da Silva persegue seu rival, que andava às voltas com nova amante. Gradativamente amplia-se seu drama interior, sente-se metade, diminuído diante da prepotência de Julião Tavares e, enquanto a angústia o alucina, não tem condições de raciocinar claramente, mas percebe que não há outra saída a não ser o crime.
Há neste momento da narrativa um processo de construção interessante do narrador personagem Luís da Silva, que se vê no momento do assassinato como o seu instante de autoestima, de realização pessoal, tornando-se o herói do seu próprio relato. É nesse contexto que Graciliano constrói a saga do protagonista de Angústia, construído de forma diferente dos apresentados em outras narrativas como São Bernardo e Caetés.

quinta-feira, 21 de março de 2019

Lista de livros Obrigatórios da Fuvest

2019- 
Iracema, José de Alencar

Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis

 Minha vida de menina de Helen Morley

Sagarana, Guimarães Rosa

Mayombe, Pepetela

A Relíquia, Eça de Queirós

Claro Enigma, Carlos Drummond de Andrade

Vidas Secas, Graciliano Ramos



quarta-feira, 10 de abril de 2013

 José de Alencar:

Data do Nascimento: 01/05/1829
Data da Morte: 12/12/1877

Biografia de José de Alencar: Romancista, jornalista, dramaturgo,advogado e político brasileiro.

 Publicou o romance "O Guarani", em forma de folhetim, no Diário do R.J e obteve muito sucesso.
Seu romance "O Guarani" inspirou  o músico Carlos Gomes, que criou a  famosa ópera O Guarani. 
Foi patrono da Cadeira nº 23, da Academia Brasileira de Letras, fundada por Machado de Assis, no Rio de Janeiro.
José de Alencar  já possuia ideias smilares às dos modernistas; pois, desejava fazer uma Literatura Exclusivamente Brasileira, sem a influência Portuguesa e assim vivia em conflito indireto com D.Pedro II.
 Foi o precursor do Regionalismo.
.  Seus romances são repletos de  mitos, tradições, lendas, festas tipicas e  religiosas, e costumes.  Suas obras  levam para os livros a tradição indígena como se fosse ficção
J
osé de Alencar   nasceu no Ceará, na cidade de  Mecejana .
Filho de José Martiniano de Alencar, senador do império, e de Ana Josefina.(prima de seu pai) Mudaram-se para o R.J.
 Aos 14 anos em  São Paulo, concluiu o curso secundário e entrou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.(mas quase não exerceu essa profissão)
Seu primeiro romance foi "Os Contrabandistas .
 Já trabalhando como jornalista no Correio Mercantil , na seção "Ao Correr da Pena" , consagrou-se como colunista social e político.
 No ano de  1856, tornou-se o redator chefe do Diário do Rio de Janeiro,  um ano depois, publicou  o romance "O Guarani", como  folhetim ( capítulos curtos que acabavam no climax) Logo depois, o livro foi publicado..
  Acabou abandonando a profissão de jornalista e tornou-se Chefe da Secretaria do Ministério da Justiça,  tempos depois viria a ser  Conselheiro.
Trabalhou também como professor de  Direito Mercantil.
Eleito deputado pelo Ceará em 1861, no  partido Conservador. Conseguiu quatro mandatos.
Quando visitou Mecejana, Ceará, ouviu sobre a lenda de "Iracema", e  criativo, escreveu o livro.
  José de Alencar era chamado por seu contemporâneo-Machado de Assis -de "o chefe da literatura nacional".
 José de Alencar morreu de tuberculose, em 12 de dezembro de 1877.
Além dos seis filhos, deixou um tesouro em obras genuinamente brasileiras, como queria.

Obras de José de Alencar em Ordem Cronológica

Cinco Minutos, romance, 1856;
Cartas Sobre a Confederação dos Tamoios, crítica, 1856;
O Guarani, romance, 1857;
Verso e Reverso, teatro, 1857;
A Viuvinha, romance, 1860;
Lucíola, romance, 1862;
As Minas de Prata, romance, 1862-1864-1865;
Diva, romance, 1864;
Iracema, romance, 1865;
Cartas de Erasmo, crítica, 1865;
O Juízo de Deus, crítica, 1867;
O Gaúcho, romance, 1870;
A Pata da Gazela, romance, 1870;
O Tronco do Ipê, romance, 1871;
Sonhos d'Ouro, romance, 1872;
Til, romance, 1872;
Alfarrábios, romance, 1873;
A Guerra dos Mascate, romance, 1873-1874;
Ao Correr da Pena, crônica, 1874;
Senhora, romance, 1875;
O Sertanejo, romance, 1875.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Personagens de TIL - José de Alencar




D. Ermelinda é casada com  Luis Galvão, muito fina e educada, mas feia Quando descobre sobre o passado de Luís fica tristes, mas logo que  ele confessa  ela o incentiva a reconhecer a filha. Berta
 Luis Galvão é o dono da Fazenda Palmas, muito jovial e alegre, quando moço teve mtas aventuras amorosas e acabou por desonrar Besita recém casada com Barroso que ficou gravida de Berta ,protegido por Jão Fera, seu jagunço.
 Linda é filha de Luis Galvão e D.Ermelinda menina muito culta , pronta para a  corte e com seu irmão Afonso faz amizade com os Berta e Miguel que eram pobres.
Afonso, irmão de Linda,  parece muito com seu pai (Luis,)aventureiro e alegre, acaba gostando de Berta , ignora que são irmãos.
Barroso ou Ribeiro  é casado com Besita,abandonou –a na noite de núpcias para ir atrás da  herança que recebera.Ficou anos longe, quando voltou a sua casa viu Besita com um nene e desejou se vingar – matar  Luis, Besita e sua filha), conseguiu matar a esposa, mas  não conseguiu matar o nene protegido por Jão Fera.
BertaInhá ou Til é a protagonista, filha bastarda do Luis Galvão com uma moça pobre da vila-Besita a criança  foi criada por nhá Tudinha. Berta é uma jovem muito bonita, delicada e atrai  o amor e carinho de todos, é bondosa e  defende “os fracos e oprimidos” - Jão Fera,  Brás, e Zana). Miguel chama-a de Inhá  e Brás a chama de e  Til.  
Miguel e Berta foram criados como irmãos . Miguel, filho de nhá Tudinha, é apaixonado por Inhá.  Mas ela  não percebe que tbém está apaixonada e  ajuda sua amiga Linda, que gosta de Miguel a aproximar-se dele.   Miguel nao poderia casar-se com Linda, já que era pobre,mas ele estuda para subir socialmente  e poder casar-se com  Linda  
 Zana ; negra que cudava de Besita e conhecia  toda a historia de Berta e da morte de sua mãe, e assim ficou traumatizada e todos os dias repetia suas ações do dia da morte de Besita  
Jão Fera / Bugre ,homem violento, feio e ameaçador com fama de assassino  . Era apaixonado por Besita, mas apesar disso , ele a tinha como “santa” e  deseja apenas a felicidade dela porque sabia que ela não seria correspondido.Quando Luis Galvao não quis casar com ela, ele  brigou com Luís para sempre e como  protegia Besita de tudo,  depois do seu assassinato , ele passou a cuidar de Berta e  desejava vingar Besita.
  Brás , sobrinho de Luis Galvão, era epilético e era deficiente mental, na fazenda , ele era desprezado.Apaixonou-se por Berta que sempre o respeitara e o ensinava a ler e escrever  e rezar. Ele percebeu durante uma dessas aulas, que a sobrancelha de Berta parecia o acento til  .  Assim  sua alfabetização ficou mas fácil por  associações a pessoas  que ele conhecia.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Dom Casmurro Machado de Assis


Tendo o foco narrativo em 1ªpessoa do singular, não se pode evitar a contaminação dos fatos. Explico: é o próprio marido quem está narrando tudo. Bentinho- filho único, mimado e doente de D.Glória-viúva, bonita, rica,forte e determinada que prometeu que o mesmo seria padre se escapasse das inúmeras doenças pelas quais foi acometido por toda a infância e juventude. Num tipo de retrospectiva, Bentinho-Dom Casmurro- relembra os tempos em que vivia com tio Cosme, tia Justina e o agregado José Dias.Os vizinhos, pais de capitolina, sr.Pádua e dna Fortuna, de condições financeiras bem inferior à da família de Bento, torcem pelo namoro da filha com o vizinho.Observe o significado dos nomes Bento-seria padre; Capitólio-templo dos deuses/paganismo; Justina-só dizia a verdade. Capitu se insinua desde pequena para o vizinho. A mãe o coloca num seminário.O agregado José Dias, que se aproximou da família quando ainda moravam numa fazenda, dizendo-se médico, acabou revelando, com o tempo, que conhecia apenas algumas ervas, agora ajuda Bentinho a convencer a mãe de que ela poderá pagar os estudos de um outro jovem-ele será padre e a promessa estará cumprida. Não pense que José Dias faz isso desinteressadamente, ele o faz porque tem a ilusão de ir à Europa com Bentinho.No seminário Bentinho conhece Escobar, jovem bonito e esperto que também consegue sair do seminário e vai ser comerciante.Bentinho o apresenta a Dna.Glória e Escobar fica impressionado com sua beleza (dinheiro).Capitu apresenta Sancha, sua amiga, a Escobar. Bentinho casa-se com Capitu , e Escobar com Sancha.Quando nasce a filha destes (Sancha e Escobar, colocam o nome de Capitolina em homenagem à futura madrinha. Quando nasce o filho de Capitu e Bentinho, contra a vontade de Bentinho, convidam o casal para padrinhos para retribuir o convite.A cada dia que passa , Ezequiel, o filho de Bentinho e Capitu e fica mais parecido com Escobar. Aumenta o ciúme de Bentinho. D.Glória também parece desconfiar da mesma coisa e já não visita mais a casa do filho.Bentinho leva filho e esposa para a Europa. O garoto forma-se arqueólogo.|Capitu  morre e Bentinho apenas se relaciona com prostitutas e escreve suas memórias.

Os Lusíadas


RESUMO DE
OS LUSÍADAS-
Luís De Camões
Canto I- Concílio dos Deuses

                             O canto I é formado pela proposição onde o poeta anuncia o que vai cantar, fará uma Invocação às ninfas , chamadas Tágides, ninfas do Rio Tejo por inspiração na batalha e na dedicatória do  poema ao Rei D.Sebastião e pelo Conselho dos Deuses no Olimpo. Neste Conselho, os Deuses resolveriam se auxiliavam os portugueses a descobrirem uma nova rota para a Índia ou não. Este conselho era chefiado por Júpiter/Zeus. (Deus do Olimpo)
                          A decisão foi favorável visto que o povo português mostrou-se merecedor anteriormente.
                          Vénus  está do lado de Júpiter pois acredita que os portugueses possuem a força e a coragem do seu filho Eneias e também acha-os muito bonitos.
                          Por ser apaixonado por Vênus, Marte decide também a favor dos portugueses , apesar de ser o deus da guerra.
                          Baco ,por outro lado, tinha ciúme dos humanos e não queria competição nas Indías; pois ele era muito famoso no Oriente.
    Canto II
Foi montada uma armadilha para a tripulação das caravelas pelo rei de Mombaça, que foi influenciado pelo ciumento Baco. Mas Vênus, sempre cuidando da viagem dos portugueses, ajudou-os mais uma vez e tudo terminou bem

O Triste Fim de  Inês de Castro
                A morte de Inês de Castro é um dos mais tristes episódios  presentes no poema.  Aproveitando-se da viagem do infante D.Pedro , D. Inês ,seu amor e amante,foi     chamada ao castelo. D. Inês veio acompanhada de seus filhos com D. Pedro.
                        Mas o rei ,D. Afonso, pai de D. Pedro, para evitar qualquer ameaça ao seu império, deu ordem para que matassem D. Inês e seus filhos, para que não houvesse herdeiros.
D. Inês suplica ao rei e pede piedade pelos seus filhos. Alega que nem mesmo o mais feroz dos animais, o leão, seria capaz de matar a sua prole.
                     O rei hesita, mas o povo incentiva-o  e seus guardas acabam  matando Inês.

                     A vítima diz que seu único mal foi ter amado demais a D. Pedro.Assim que o príncpe retorna e soube do absurdo ocorrido, vingou-se de quase todos...um a um que aconselharam seu pai a cometer tal ato...Chegando a cortar as costas do assassino de Inês e retirar-lhe pelas espáduas, o coração.
   Batalha de Aljubarrota

                          Neste trecho, o povo português vai para uma guerra contra os castelhanos/espanhóis. Estes estavam com um exército menor do que a o da Espanha. O Rei D. João I foi lutar e sobreviveu à batalha.
                             Nuno Álvares Pereira e de D. João, Mestre de Avis foram os heróis desta batalha, pois sendo nobres, lutaram como soldados, já os irmãos de Nuno lutaram contra Portugal e morreram como traidores da pátria.
  Canto IV
   Antes de partirem  ,  Despedidas em Belém

                                Sendo Portugal um país muito católico, as naus foram abençoadas para que conseguissem êxito no mar pelas bênçãos de Deus.

Velho do Restelo
                            Ancoradas na praia do Restelo, as tripulações das naus aguardavam o embarque de tardios marinheiros e víveres para longa viagem. Quando um ancião, com sua respeitável cabeleira branca começa a gritar contra a expedição que carregava  todo o futuro de Portugal, jovens ou velhos, maridos, filhos e netos...Em terra, os parentes choravam, pois todos temiam a viagem à India, tantas vezes realizada sem êxito anteriormente. Ele representa todos aqueles que se opunham à louca aventura da Índia e criticavam a cobiça.



RESUMO DE
OS LUSÍADAS- PARTE 1
Luís De Camões
Canto I- Concílio dos Deuses

                             O canto I é formado pela proposição onde o poeta anuncia o que vai cantar, fará uma Invocação às ninfas , chamadas Tágides, ninfas do Rio Tejo por inspiração na batalha e na dedicatória do  poema ao Rei D.Sebastião e pelo Conselho dos Deuses no Olimpo. Neste Conselho, os Deuses resolveriam se auxiliavam os portugueses a descobrirem uma nova rota para a Índia ou não. Este conselho era chefiado por Júpiter/Zeus. (Deus do Olimpo)
                          A decisão foi favorável visto que o povo português mostrou-se merecedor anteriormente.
                          Vénus  está do lado de Júpiter pois acredita que os portugueses possuem a força e a coragem do seu filho Eneias e também acha-os muito bonitos.
                          Por ser apaixonado por Vênus, Marte decide também a favor dos portugueses , apesar de ser o deus da guerra.
                          Baco ,por outro lado, tinha ciúme dos humanos e não queria competição nas Indías; pois ele era muito famoso no Oriente.
    Canto II
Foi montada uma armadilha para a tripulação das caravelas pelo rei de Mombaça, que foi influenciado pelo ciumento Baco. Mas Vênus, sempre cuidando da viagem dos portugueses, ajudou-os mais uma vez e tudo terminou bem

O Triste Fim de  Inês de Castro
                A morte de Inês de Castro é um dos mais tristes episódios  presentes no poema.  Aproveitando-se da viagem do infante D.Pedro , D. Inês ,seu amor e amante,foi     chamada ao castelo. D. Inês veio acompanhada de seus filhos com D. Pedro.
                        Mas o rei ,D. Afonso, pai de D. Pedro, para evitar qualquer ameaça ao seu império, deu ordem para que matassem D. Inês e seus filhos, para que não houvesse herdeiros.
D. Inês suplica ao rei e pede piedade pelos seus filhos. Alega que nem mesmo o mais feroz dos animais, o leão, seria capaz de matar a sua prole.
                     O rei hesita, mas o povo incentiva-o  e seus guardas acabam  matando Inês.

 A vítima diz que seu único mal foi ter amado demais a D. Pedro.Assim que o príncpe retorna e soube do absurdo ocorrido, vingou-se de quase todos...um a um que aconselharam seu pai a cometer tal ato...Chegando a cortar as costas do assassino de Inês e retirar-lhe pelas espáduas, o coração.
   Batalha de Aljubarrota

                          Neste trecho, o povo português vai para uma guerra contra os castelhanos/espanhóis. Estes estavam com um exército menor do que a o da Espanha. O Rei D. João I foi lutar e sobreviveu à batalha.
                             Nuno Álvares Pereira e de D. João, Mestre de Avis foram os heróis desta batalha, pois sendo nobres, lutaram como soldados, já os irmãos de Nuno lutaram contra Portugal e morreram como traidores da pátria.
  Canto IV
   Antes de partirem  ,  Despedidas em Belém

                                Sendo Portugal um país muito católico, as naus foram abençoadas para que conseguissem êxito no mar pelas bênçãos de Deus.

Velho do Restelo
                            Ancoradas na praia do Restelo, as tripulações das naus aguardavam o embarque de tardios marinheiros e víveres para longa viagem. Quando um ancião, com sua respeitável cabeleira branca começa a gritar contra a expedição que carregava  todo o futuro de Portugal, jovens ou velhos, maridos, filhos e netos...Em terra, os parentes choravam, pois todos temiam a viagem à India, tantas vezes realizada sem êxito anteriormente. Ele representa todos aqueles que se opunham à louca aventura da Índia e criticavam a cobiça.
RESUMO DE OS LUSÍADAS
Luís De Camões
Canto I- Concílio dos Deuses

                             O canto I é formado pela proposição onde o poeta anuncia o que vai cantar, fará uma Invocação às ninfas , chamadas Tágides, ninfas do Rio Tejo por inspiração na batalha e na dedicatória do  poema ao Rei D.Sebastião e pelo Conselho dos Deuses no Olimpo. Neste Conselho, os Deuses resolveriam se auxiliavam os portugueses a descobrirem uma nova rota para a Índia ou não. Este conselho era chefiado por Júpiter/Zeus. (Deus do Olimpo)
                          A decisão foi favorável visto que o povo português mostrou-se merecedor anteriormente.
                          Vénus  está do lado de Júpiter pois acredita que os portugueses possuem a força e a coragem do seu filho Eneias e também acha-os muito bonitos.
                          Por ser apaixonado por Vênus, Marte decide também a favor dos portugueses , apesar de ser o deus da guerra.
                          Baco ,por outro lado, tinha ciúme dos humanos e não queria competição nas Indías; pois ele era muito famoso no Oriente.
    Canto II
Foi montada uma armadilha para a tripulação das caravelas pelo rei de Mombaça, que foi influenciado pelo ciumento Baco. Mas Vênus, sempre cuidando da viagem dos portugueses, ajudou-os mais uma vez e tudo terminou bem

O Triste Fim de  Inês de Castro
                A morte de Inês de Castro é um dos mais tristes episódios  presentes no poema.  Aproveitando-se da viagem do infante D.Pedro , D. Inês ,seu amor e amante,foi     chamada ao castelo. D. Inês veio acompanhada de seus filhos com D. Pedro.
                        Mas o rei ,D. Afonso, pai de D. Pedro, para evitar qualquer ameaça ao seu império, deu ordem para que matassem D. Inês e seus filhos, para que não houvesse herdeiros.
D. Inês suplica ao rei e pede piedade pelos seus filhos. Alega que nem mesmo o mais feroz dos animais, o leão, seria capaz de matar a sua prole.
                     O rei hesita, mas o povo incentiva-o  e seus guardas acabam  matando Inês.

                     A vítima diz que seu único mal foi ter amado demais a D. Pedro.Assim que o príncpe retorna e soube do absurdo ocorrido, vingou-se de quase todos...um a um que aconselharam seu pai a cometer tal ato...Chegando a cortar as costas do assassino de Inês e retirar-lhe pelas espáduas, o coração.
   Batalha de Aljubarrota

                          Neste trecho, o povo português vai para uma guerra contra os castelhanos/espanhóis. Estes estavam com um exército menor do que a o da Espanha. O Rei D. João I foi lutar e sobreviveu à batalha.
                             Nuno Álvares Pereira e de D. João, Mestre de Avis foram os heróis desta batalha, pois sendo nobres, lutaram como soldados, já os irmãos de Nuno lutaram contra Portugal e morreram como traidores da pátria.
  Canto IV
   Antes de partirem  ,  Despedidas em Belém

                                Sendo Portugal um país muito católico, as naus foram abençoadas para que conseguissem êxito no mar pelas bênçãos de Deus.

Velho do Restelo
                            Ancoradas na praia do Restelo, as tripulações das naus aguardavam o embarque de tardios marinheiros e víveres para longa viagem. Quando um ancião, com sua respeitável cabeleira branca começa a gritar contra a expedição que carregava  todo o futuro de Portugal, jovens ou velhos, maridos, filhos e netos...Em terra, os parentes choravam, pois todos temiam a viagem à India, tantas vezes realizada sem êxito anteriormente. Ele representa todos aqueles que se opunham à louca aventura da Índia e criticavam a cobiça.



    Canto: V

                         Vasco da Gama  conta a viagem da armada que saiu de Lisboa  até ali ao Rei de Melinde,. É uma narrativa de grande aventura marítima, onde os marinheiros observaram os diversos fenômenos marítimos que ocorrem durante a viagem incluindo a aparição de um monstro, o fogo de santelmo e redemoinhos.
 
Episódio: O Adamastor


                            Logo que se aproximavam do Cabo das Tormentas, surgia um monstro, gigantesco. Era o Adamastor , ele ameaçava os atrevidos que se aventurassem a cruzar suas águas, pois dizia-se dono daquele lugar e que muitos já haviam morrido na tentativa.
                          Vasco da Gama não se intimidou e exigiu que o gigante dissesse quem era. Chocado, o gigante explicou e contou a sua maldição. Fora transformado num Cabo, por Júpiter porque ele amava a deusa Thétis, que não o amava.

Canto VI
                          Vasco da Gama acaba com sua narrativa, a Armada sai de Melinde guiada por um piloto que deverá ensinar-lhe o caminho até Calecut.
                        Baco, percebeu que os portugueses estão chegando à Índia, pediu ajuda a Netuno, rei dos mares, que convocou um Conselho dos Deuses Marinhos que decidiram apoiar Baco que pediu ao deus dos Ventos, Eólo, que soltasse os ventos para fazer afundar a nau.

Episódio: Tempestade
                   Neste trecho o plano da realidade e da fantasia ou histórico e mitológico acontecem juntos.
                    A experiência de sua própria vida serviu a Camões que recheasse este trecho de fatos reais,como fenômenos da natureza:ventos,raios, trovões.passados pelos marinheiros.
   Canto VII
                  Vasco da Gama chega à Ìndia (Calecute) e envia um marinheiro mouro para anunciá-los. Na volta, o mouro descreve o Catual que depois de receber os nobres portugueses vieram visitar a nau.Também o Samorim, acompanhou-os.
                   Invocando às ninfas do Tejo, o poeta critica os traidores da pátria e explica o significado das bandeiras lusitanas da nau.

  Canto VIII

                   Neste canto, Baco adentra o sonho do sacerdote de uma tribo e incita-o a atacar a armada.Mas Vênus, também em sonho aconselha-o a partir rapidamente e Vasco da Gama assim o faz, mas sem as mercadorias que traziam. Inicia-se a viagem de volta a Portugal.

                   Segue-se o episódio da Ilha dos Amores; Vênus e Cupido preparam uma recepção/banquete aos portugueses/marinheiros para compensar-lhes os sofrimentos.Um banquete repleto de ninfas para servi-los.
    
Canto IX

                Depois de tantos obstáculos, os Portugueses saem de Calecute, iniciando a viagem de volta à Pátria.
               Vênus preparou uma recompensa para os marinheiros, fazendo-os chegar à Ilha dos Amores. Pediu a Cupido, seu filho, que lançasse setas sobre as ninfas, que feridas de Amor e por ordem de sua deusa ,ficariam apaixonadas pelos Portugueses.
                 A Armada chega à Ilha dos Amores, e quando os marinheiros  aproximam-se da ilha para caçar, veem as Ninfas que se deixam perseguir e também seduzir. Thetis explica a Vasco da Gama o porquê daquele encontro, referindo-se  às vitórias que ainda teriam. Depois de explicar o significado de tudo na Ilha, o poeta faz conjecturas sobre como alcançar-se a fama.

Canto X
                 Aqui as Ninfas oferecem um banquete aos portugueses. Após uma invocação do poeta a Calíope, uma ninfa faz profecias sobre as futuras vitórias dos portugueses no Oriente. Tétis conduz Vasco da Gama ao ponto mais alto de um monte para mostrar-lhe a Máquina do Mundo e futuros descobrimentos, fazendo referências inclusive a uma nova terra a ser descoberta abaixo da lnha do Equador, muito rica e exótica.(America do Sul)          
                Os portugueses voltam à pátria sãos e salvos.
               Camões , ao fim de sua obra, pede ao rei D. Sebastião que continuasse a homenagear o povo português, pois ele, o poeta, cansou-se de exaltar quem não o compreendia ou dava-lhe valor.







quarta-feira, 7 de março de 2012

VIDAS SECAS GRACILIANO RAMOS


Vidas Secas, de Graciliano Ramos
Diferentes de tds as outras suas obras, Graciliano Ramos narrou Vidas Secas em 3ª Pessoa. Vidas Secas fica entre o romance e o conto. O mais importante desta obra não são os personagens e sim, o discurso indireto livre do narrador.As frases são quase monólogos em P.Simples sem adjetivação – quase um lamento, quase um grunhido numa lgem primitiva de sobrevivência. Com13 capítulos quase  independentes, mas recorrentes numa espiral de temas e sofrimentos , como a aridez da seca, a zoomorfização e antropomorfização das criaturas,  personagens  com pensamentos entrecortados pela ignorância ou pela dor .Retomam assuntos como  seu Tomás da bolandeira – tido como homem bem sucedido, a cama de varas  de sinhá Vitória, que ansiava por uma cama de tiras de couro, etc.
A ação do livro vai se interligando com a repetição de sofrimentos e humilhações.
A descrição das personagens  que tbém são independentes, uma a uma sem vínculo entre elas...mais uma vez o isolamento do ser humano e  sua solidão.
  Vidas Secas é, como se analisássemos as personagens que são incapazes de falarem por si mesmas.Mesmo em núcleos diferentes, por exemplo, sociais – não há comunicação entre o coronel e Fabiano. Há apenas a submissão , o medo. O tema gritante  desta  obra  é o desencontro dos seres. Com diálogos escassos, os sentimentos são traduzidos em palavrões, revolta, grunhidos. O homem parece ser mais seco do que a terra. O  narrador  utiliza o mesmo artifício , ele é direto, seco, primitivo em suas construções.Apesar de ser jornalista , competente e fluente na criação Graciliano deixou que as situações falassem por si e afastou-se da narrativa , a dura realidade falaria por ele...e pelo homem  sofrido do nordeste. 
1 - Mudança
O que faz um retirante? Foge qdo não há mais condições de sobrevivênca. O livro começa com a família (6 viventes) caminhando pelo chão quente com o sol a pino e as crianças chorando. Fabiano, dona Vitória, dois filhos, chamados apenas de   " menino mais novo" e "o menino mais velho" e  a cachorra Baleia .Falta um vivente?É o pobre papagaio que foi comido para que pudessem seguir viagem.
 Aqui fala-se da terra árida e do sofrimento de todos. Não há diálogo, só o caminhar e o arrastar de pés empoeirados; somente duas vezes o pai, bravo com o menino mais velho, xinga-o porque o menino senta no chão e não quer mais caminhar, a mãe pede ao pai que o leve nas costas. A falta de diálogos estende-se por todo o livro, as crianças não têm nome , para caracterizar a vida mesquinha e sem sentido em que vivem os retirantes, mesmo com tds dificuldades , Fabiano e Sinhá Vitória sonham com uma vida melhor: "Sinhá Vitória, queimando o assento no chão, as mãos cruzadas segurando os joelhos ossudos, pensava em acontecimentos antigos que não se relacionavam: festas de casamento, vaquejadas, novenas, tudo numa confusão.
 Fabiano também  sonha: "Sinhá Vitória vestiria uma saia larga de ramagens. A cara murcha de sinhá Vitória remoçaria, as nádegas bambas de sinhá Vitória engrossariam, a roupa encarnada de sinhá Vitória provocaria a inveja das outras caboclas ... e ele, Fabiano, seria o vaqueiro, para bem dizer seria o dono daquele mundo... Os meninos se espojariam na terra fofa do chiqueiro das cabras. Chocalhos tilintariam pelos arredores. A caatinga ficaria verde.
 2 - Fabiano

Homem-bicho, endurecido pela vida, mas ainda vive a se analisar .Demonstra uma consciência de que não sabe nem falar e mtas vezes diz a si mesmo que não passa de um bicho.
3 - Cadeia
O soldado amarelo aparece aqui simbolizando a força, a autoridade, o governo.É feita uma alusão de que a vidado retirante é didícil não só pela seca, mas tbém pelos problemas que tem que enfrentar pelo excesso de autoridade local. É a lei do mais forte. Fabiano foi preso por uma atitude banal/jogo num bar. Perde todo o dinheiro das compras e desiste de  sonhar . Fabiano mais à frente sente-se um homem fracassado , sem esperanças até para  seus filho

4 - Sinhá Vitória
Sinhá Vitória sonha com  uma cama de couro. É o seu assunto recorrente desta personagem.
 Bem articulada , com muito  tempo para pensar, pois Fabiano trabalha o dia todo e à noite dorme . Ele não tem coragem de sonhar...fica preso à dura realidade.
No capítulo Contas, ela é quem percebe que o Coronel está enganando o marido.
5 - O Menino Mais Novo
O sonho do  Menino mais novo é ser igual ao pai.. Neste capítulo: "Naquele momento Fabiano lhe causava grande admiração."E continua assim: "Evidentemente ele não era Fabiano. Mas se fosse? Precisava mostrar que podia ser Fabiano."
Depois: "E precisava crescer ficar tão grande como Fabiano, matar cabras à mão de pilão, trazer uma faca de ponta na cintura. Ia crescer espichar-se numa cama de varas, fumar cigarros de palha, calçar sapatos de couro cru."
Mais ao final do capítulo "Ao regressar, apear-se-ia num pulo e andaria no pátio assim, torto, de perneiras, gibão, guarda-peito e chapéu de couro com barbicocho. O menino mais velho e Baleia ficariam admirados."
6 - O Menino Mais Velho
"Tinha um vocabulário quase tão minguado coma o da papagaio que morrera no tempo da seca. Valia-se, pois, de exclamações e de gestos, e Baleia respondia com o rabo, com a língua, com movimentos fáceis de entender Todos o abandonavam, a cadelinha era o único vivente que lhe mostrava simpatia."
 Qto mais o tpo passa , mais os desejos e aspirações dos personagens vão diminuindo.Vão se conformando com a vida dura. O menino mais velho só queria ter um amigo. Mas  Baleia era sua cúmplice. "O menino continuava a abraçá-la. E Baleia encolhia-separa não magoá-lo, sofria a carícia excessiva."
7 - Inverno
 Numa noite de chuva intensa, com a casa quase caindo ,no fundo eles sabiam  que não adiantaria nada,  a seca voltaria a assombrá-los e perseguí-los  .
8 - Festa
A família está se preparando para ir à quermesse na cidade, é dia de Natal. Neste capítulo os personagens sentem-se humilhados ao verem as pessoas da cidade . Sentem-se ridículos todos com roupas feitas do mesmo tecido, Sinha Vitória que não sabe usar sapatos e anda como um papagaio , com os pés cheios de bolha. Então  Sinhá Vitória volta a sonhar: "Sinhá Vitória enxergava, através das barracas, a cama de seu Tomás da bolandeira. unia cama de verdade."
Mas Fabiano, já não sonha mais: "Fabiano roncava de papo para cima... Sonhava agoniado... Fabiano se agitava. soprando. Muitos soldados amarelos tinham aparecido, pisavam-lhe os pés com enormes retinas e ameaçavam-no com facões terríveis."
9 - Baleia

  É o capítulo mais chocante e triste já que o animal sofreu a antropomorfização e já é como se fosse um membro da família.  Estava doente. O pelo caíra , magérrima, em pele e ossos, o corpo coberto de feridas. Fabiano decidiu matá-la para aliviar os sofrimentos dela. Os filhos sofrendo com  a situação, magoados e feridos por perderem um “irmão”: "Ela era como uma pessoa da família: brincavam juntos os três, para bem dizer não se diferenciavam..." Escondem-se dentro de casa com a mãe e tampam os ouvidos.
Baleia se esquiva, enqto Fabiano a persegue com a arma em riste,às vezes ela olha para Fabiano como se pedisse misericórdia, a  família chorando e rezando por ela, Baleia espera a morte sonhando com outro tipo de vida: "Baleia queria dormir Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano. um Fabiano enorme. As crianças se esposariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás gordos, enormes."
Dentre os  seis componentes da família, Baleia e Sinhá Vitória são as únicas que conseguem sonhar  nos momentos mais difíceis.
10 - Contas
É outro capítulo melancólico. Se em Cadeia Fabiano conscientiza-se de que há no mundo homens que, por possuírem uma posição social diferente da dele, podem machucá-lo, se em Festa os familiares percebem sua situação inferior e desajeitada e sentem-se ridículos, agora chegam à conclusão de que pessoas com dinheiro também podem aproveitar-se deles. São duas as reações de Fabiano ao notar-se roubado pelo patrão: primeiro revolta, depois descrença e resignação. Vale a pena ressaltar nesse capítulo que é sinhá Vitória quem percebe que as contas do patrão estão erradas. Ela é caracterizada como a mais sagaz  e perspicaz dos seis viventes da família.
11 - O Soldado Amarelo
Apesar do Soldado Amarelo ser bem mais fraco do que  Fabiano, é também  uma pessoa corrupta e Fabiano é honesto. Mas o ingênuo e simples Fabiano morre de medo do Soldado pois ele representa a autoridade , o governo. O Soldado Amarelo, ficando as duas personagens, lado a lado, sem mais ninguém por perto e Fabiano, podendo revidar a injustiça anteriormente sofrida, resolve deixá-lo em paz. Fabiano percebe na organização do Estado a organização que  o humilha; o representante dessa entidade, às vezes, e até frágil, mas a estrutura condiciona o sertanejo  ao medo  de reagir.
 12 - O Mundo Coberto de Penas
A seca ameaça voltar, Fabiano faz uma retomada  de todas as desgraças que têm acontecido em sua vida. Já não sonha há mto tpo. Vai fugir de novo, da seca, dos problemas, do remorso por ter matado Baleia.
13 - Fuga
Fabiano  continua analisando a sua vida. O casal junto, pela primeira vez, consegue pensar sobre o mesmo assunto ao mesmo tpo.Sinhá Vitória é mais otimista e tenta passar pouco de paz e esperança, mas dura pouco. E assim  num misto de sonhos, desilusões e sofrimentos  Graciliano Ramos encerra com  uma visão amarga da vida dos retirantes
Conclusões
Vidas Secas começa por uma mudança e acaba com outra. Isto é cíclico .Parece que  Fabiano e sua família fogem da seca: "Entrava dia e saía dia. As noites cobriam a terra de chofre. A tampa anilada baixava, escurecia, quebrada apenas pelas vermelhidões do poente. Miudinhos, perdidos no deserto queimado, os fugitivos agarraram-se, somaram-se as suas desgraças e os seus pavores."
No  último capítulo, Fuga, descreve uma cena parecida com a mudança: "A vida na fazenda se tornara difícil. Sinhá Vitória benzia-se tremendo, manejava o rosário, mexia os beiços franzidos rezando rezas desesperadas. Encolhido no banto do copiar Fabiano espiava a caatinga amarela, onde as folhas secas se pulverizavam, torturadas pelos redemoinhos, e os garranchos se torciam, negros, torrados. No céu azul as últimas arribações tinham desaparecido. Pouco a pouco os bichos se finavam, devorados pelo carrapato. E Fabiano resistia, pedindo a Deus um milagre. Mas quando a fazenda se despovoou. viu que tudo estava perdido, combinou a viagem com a mulher; matou o bezerro morrinhento que possuíam, salgou a carne, largou-se com a família, sem se despedir do amo. Não poderia nunca liquidar aquela dívida exagerada. Só lhe restava jogar-se ao inundo, como negro fugido.
O  romance foi criado por  duas situações idênticas, de tal modo que o início, encontra o fim e já não se sabe onde td começa ou acaba,, fecha a ação num círculo interminável.
Em função da  seca e das águas, o sertanejo sobrevive, do berço à sepultura, infinitamente.
O motivo dessa fuga não é apenas a seca.? No romance  há  dois mundos: o mundo de Fabiano e o mundo da sociedade. O primeiro, composto por Fabiano, sinhá Vitória, o menino mais velho, o menino mais novo, Baleia e o papagaio. O segundo, seu Tomás da bolandeira, o patrão de Fabiano e o soldado amarelo. Todos os personagens do primeiro grupo e do segundo têm de viver na mesma região, vítimas da mesma seca. Por que o Coronel , que é rico, não foge dessa vida? Porque ele tem as terras e o dinheiro, porque ele emprega os trabalhadores e faz suas próprias leis,  usando-os como escravos sem dignidade.  .
Caracterizado como dono e opressor, o patrão não tem necessidade de fugir da seca.  Seu Tomás é culto e tbém está distante da realidade dos retirantes.
Entre os dois mundos que acabamos de descrever “não há um sistema de trocas, senão um mecanismo de opressão e bloqueio”. O que parece ser importante para Graciliano Ramos é denunciar a desigualdade entre os homens, a opressão social, a injustiça. São esses os temas de Vidas Secas, por isso foi dito no início desta análise que o livro não deve ser considerado apenas regionalista. Em momento algum o esmagamento de Fabiano e de sua família é explicado apenas pela seca ou por qualquer fator geográfico.
á foi feita uma referência anteriormente sobre a consciência de Fabiano quanto à sua condição animalizada na sociedade a que pertence. Affonso Romano de Sant’Ana faz uma aproximação de Fabiano à Baleia, e de sinhá Vitória ao papagaio. Segundo ele, o pensamento de Fabiano, no capítulo que recebe seu nome, passa por três etapas:
"Primeiramente, ele se considera positivamente dizendo: Fabiano, você é um homem’. Depois se estuda com menos otimismo, e considerando mais realisticamente sua situação se corrige ‘— Você é um bicho, Fabiano - Ou seja: um individuo que não sendo exatamente um homem, pelo menos sabia se. safar dos problemas. No entanto. poucas frases adiante, nova alteração se dá em suas considerações. E de homem que se aceitara apenas como um bicho esperto, ele se coloca como um animal: “o corpo do vaqueiro derreava-se, as pernas faziam dois arcos, os braços moviam-se desengonçados. Parecia um macaco. Entristeceu.
Decaindo do ponto mais elevado da escala, passando a indivíduo apenas esperto e depois a um semelhante do animal, Fabiano termina por se aproximar de Baleia, a quem, em contraposição, em seu diálogo-a-um ele considera: “— Você é bicho, Baleia ‘, Nesta frase estaria integrado o sentido duplo do termo “bicho ‘. aplicado a Baleia: animal / esperteza, positivo / negativo. Uma análise mais interessada nestes levantamentos poderia perfilar dentro do livro todos os processos sistemáticos de zoomorfização dos animais, destacando principalmente os verbos e adjetivos conferidos a um e outro elemento numa mesma simbiose metafórica.
A identificação entre sinhá Vitória e o papagaio acentua-se sobretudo no capítulo Sinhá Vitória, quando ela tenta perceber o sentido da comparação que seu marido fizera do seu modo de caminhar com o do papagaio: "Ressentido, Fabiano condenara os sapatos de verniz que ela usara nas festas, caros e inúteis. Calçada naquilo, trôpega, mexia-se como papagaio, era ridícula."
A imagem dos pés de Vitória vai se mixegenando à imagem do papagaio, até que estilisticamente a superposição se destaca em frases como essas: Olhou os pés novamente. Pobre do louro. Aí o adjetivo pobre já não se refere exclusivamente ao papagaio que foi morto para saciar a fome da família, mas  a própria Sinhá Vitória é descrita como tão “infeliz” como aquele “pobre louro “.
 Já no  capítulo, GR usa o recurso de espiral e retoma a imagem da ave,desta vez , refere-se à galinha, especialmente a “galinha pedrês", que foi devorada pela raposa.